Atividade complementa as aulas de Humanidades e trouxe, de maneira lúdica, aspectos importantes do papel do plástico no último século
Os estudantes das três turmas do bacharelado em Ciência e Tecnologia da Ilum deixaram as salas de aula no final da tarde de quarta, 14/05, para participar de uma atividade diferente no Centro de Vivência da Escola, localizado no CNPEM: assistir a uma peça de teatro científico que debate um assunto diretamente ligado à formação deles: o papel do plástico em nossa sociedade.
Com o título “Plástico, um mito contemporâneo”, o espetáculo, criado e estrelado por Pamella Villanova, faz um retrato histórico do surgimento do plástico, seu avanço em todas as esferas da nossa vida, os benefícios e malefícios e o grande debate atual de buscar alternativas para controlar e reduzir consumo e produção e afastar previsões sombrias em torno do assunto.
São mais de 400 anos para o plástico entrar em estado de decomposição, ele é responsável pela morte de 100 mil animais marinhos por ano e estima-se que em 2050, haverá mais plásticos do que peixes nos oceanos, de acordo com o Programa Ambiental das Nações Unidas (PNUMA). “O plástico estrutura o nosso cotidiano; a brincadeira agora é olhar como isso também estrutura a nossa cultura, o nosso imaginário. A confiança nesta matéria (o plástico) organiza a nossa forma de pensar e de construir nossas próprias histórias. Se o plástico está no nosso imaginário, ele é como um mito. Então, que poderíamos fazer para superar esse problema da poluição plástica? Na peça, o plástico não é romantizado, mas também não é um vilão”, disse a atriz, doutoranda em Artes Cênicas na Unicamp e que há dois anos faz esta apresentação para diferentes públicos.

Ao longo de uma hora e meia de apresentação, o público vai da preocupação com o assunto às risadas com a atuação leve e descontraída de Pamella. O ponto alto da interação entre estudantes e o tema foi uma proposta para que eles representassem diferentes atores do universo que estão relacionados ao plástico. Do debate, surgiram ideias abstratas, proposta de soluções, interpretações engraçadas e muita imaginação por parte de toda a plateia.
“Achei maravilhoso, foi muito libertador ter um espaço para falar sobre isso. Foi didático e mostrou a importância de falar sobre esse assunto”, disse Caio Matheus Dantas, aluno do segundo ano da Ilum. Para os espectadores, a atividade sai da rotina dos estudos e pesquisas que permeia a formação nos três anos de atividades em tempo integral. “Algo diferente do nosso dia a dia. Geralmente, vemos palestras com teor muito científico, linguagem densa. Ver algo assim, que transmite conhecimento de uma maneira leve e divertida, no final das contas é talvez mais impactante pra gente”, completou Caio Marcelo Cavalari Ruas, também do segundo ano do bacharelado em Ciência e Tecnologia.
Um dos eixos do projeto pedagógico da Ilum inclui aulas e atividades relacionadas a Humanidades, em que são estudados temas como ética, cultura, antropoceno e empreendedorismo. A peça apresentada faz parte de um cronograma de atividades que procura relacionar a formação de cientistas com as necessidades do mundo atual. “É mais do que trazer o tema e a consciência, que nossos alunos já conhecem. A atividade traz a linguagem da criatividade de pensar a Ciência. O mundo de hoje não permite que o cientista esteja desconectado do contato com a sociedade. A linguagem do teatro é uma das linguagens ricas que pode oferecer para nossos alunos o que às vezes é tão esquecido e que é fundamental na Ciência, que é a criatividade e a imaginação”, destaca Ívia Minelli, professora responsável pela área de Humanidades na Ilum.
Sobre a Ilum Escola de Ciência
A Ilum é uma escola de Ensino Superior gratuita, que emprega uma abordagem interdisciplinar para a formação de cientistas e profissionais em Ciência e Tecnologia. Com um modelo educacional inovador, o bacharelado de três anos oferece aulas em tempo integral, conectando Ciências da Vida, Ciências da Matéria, Ciência de Dados, Inteligência Artificial e Humanidades para formar pesquisadores aptos a atuar de forma ética e colaborativa na busca por soluções às questões globais do século XXI. A Ilum é financiada pelo Ministério da Educação (MEC) e integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Sua proposta de ensino oferece contato precoce com atividades experimentais, seja nos laboratórios didáticos da Ilum ou no CNPEM, em projetos desenvolvidos junto aos pesquisadores.
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País. O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. As atividades de pesquisa e desenvolvimento do CNPEM são realizadas por seus Laboratórios Nacionais de: Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além de sua unidade de Tecnologia (DAT) e da Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).